Ações do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Avaliação, Educação Popular e Escola Pública (Gepaep)

Refletindo com Paulo Freire

Por Leticia Roberta G. M. da Silva

 

      Em sua obra intitulada Política e Educação (2001), Freire dedica uma parte para refletir alguns pontos pertinentes a Escola Pública e a Educação Popular. Freire nos fala que fazer educação popular é nadar contra a corrente, porque não estamos a favor do sistema, mas na luta por outra educação e por outra sociedade. Sendo preciso para esta construção e realização encarar a História como possibilidade e não como algo já determinado e estático.  

      A  pesquisa que desenvolvi sobre “A participação das crianças na alfabetização e na avaliação deste processo: uma pesquisa sobre a própria prática”, em uma escola pública da rede municipal de educação de Niterói, abordou esta e outras questões sobre fazer uma escola pública popular, no meu caso de pesquisa, com as crianças.

Mostrou a importância da construção de outra escola dentro da que existe. Embora os projetos de nações dominantes interfiram no cotidiano escolar de diversos modos, estes projetos não o determina. Isto porque a escola pública é viva devido à potencialidade dos sujeitos que a pratica. Como disse Paulo Freire, citando François Jacob, sujeitos que são “programados para aprender”, aprender e ensinar. Por isto mesmo não se contentando em apenas obedecer e aceitar, mas em construir possibilidades.

      Nadar contra a corrente é difícil, mas não é impossível. A educação não pode tudo, mas pode alguma coisa. No cotidiano escolar, praticado com as crianças pequenas das classes populares em processo de alfabetização, por meio da investigação realizada, foram apontadas algumas possibilidades de construção de inéditos viáveis em resposta a situações limites enfrentadas frequentemente, como: tentativas de padronização de práticas e experiências, padronização das aprendizagens, padronização e classificação dos/as educandos/as, produção do fracasso escolar.

      A nossa luta é grande e necessária, pois a construção de uma escola pública popular construída junto com os/as educandos/as e não para eles/as não se dá e não se dará em um único dia, porém através de lutas constantes e com pequenas vitórias que demandarão novas e mais lutas. 

                                                                                                  Novembro de 2020.    

Ir para o conteúdo